Nosso Meio Ambiente

Gestão de Água e Efluentes

(GRI 3-3; 303-1; 303-2; SASB FB-MP-140a.2)

A gestão responsável da água é fundamental para a perenidade das nossas operações globais e das comunidades em seu entorno. A água é um insumo crítico na produção de alimentos seguros e de alta qualidade, e a diminuição da disponibilidade de água potável e acessível ameaça a segurança alimentar em muitas regiões do mundo. A agropecuária responde por 70% da captação de água mundial, e a JBS, por ser uma das maiores empresas de alimentos do mundo, tem ciência de seu papel fundamental em contribuir para a proteção e uso responsável desse recurso.

Consumo de Água

Em nossas operações, cumprimos nossa responsabilidade de reduzir o consumo de água, monitorando seu uso e priorizando reduções em cada unidade, ao mesmo tempo em que mantemos rigorosos padrões de segurança alimentar e sanitária. Nossa Política Global de Uso de Água estabelece diretrizes para nossos negócios, incentivando o desenvolvimento de estratégias e projetos que minimizem a necessidade de novas captações de água.

Cada unidade define metas e objetivos de consumo de água e aloca recursos financeiros para garantir a conformidade com as políticas e compromissos específicos da unidade. Além disso, trabalhamos de forma transversal com as equipes de meio ambiente, engenharia, operações e qualidade e segurança alimentar na formulação e implementação de estratégias para reduzir o consumo sem interferência nos protocolos de segurança alimentar.

Os principais indicadores medidos são a captação de água por fonte, o volume de água reutilizada e a intensidade total de uso de água (uso de água por unidade de produção). Esses indicadores permitem identificar oportunidades de melhoria, independentemente da evolução da produção.

	Água retirada por fonte (m³) (GRI 303-3; 303-5)
	2019		2020		2021		2022
Superficial	45.228.057	26,3%	44.748.043	26,1%	45.997.592	45,0%	45.515.648	24,8%
Subterrânea	57.677.295	33,5%	56.957.299	33,3%	60.148.519	58,9%	61.404.553	33,4%
Município	68.940.053	40,1%	69.323.367	40,5%	74.643.945	73,1%	76.576.839	41,7%
Outras	115.805	0,1%	113.939	0,1%	0	0,0%	140.380	0,1%

_{1 Dados auditados para as unidades do Brasil. Consulte a carta de asseguração no link: XX}

Gestão de Efluentes

Exercemos o monitoramento contínuo do tratamento de todos os efluentes produzidos em nossas operações, seguindo o atendimento dos padrões físico-químicos determinados pela legislação. Cada uma de nossas unidades de produção e processamento conta com um programa de tratamento de efluentes adaptado às exigências de sua licença de descarga, visando reduzir o volume total de água descartada e evitar irregularidades. Dependendo da unidade, o efluente é tratado internamente ou pelo sistema público.

Todos os nossos currais de alimentação e operações de suínos vivos são administrados de acordo com planos de manejo de nutrientes autorizados pelo governo federal ou um programa equivalente. O esterco de nossos currais desempenha um papel importante, se transformando em fertilizante, passando por um processo de compostagem e usado por agricultores locais para melhorar a qualidade do solo e como uma alternativa sustentável aos fertilizantes sintéticos.

	Descarte de água por destinação (m³) (GRI 303-4)
	2019		2020		2021		2022
Corpo hídrico	80.931.603	52,6%	80.361.473	55,5%	83.400.523	56,8%	84.792.888	57,4%
Município	47.130.042	30,7%	50.134.143	34,6%	50.447.505	34,4%	50.003.582	33,9%
Fertigação	18.349.248	11,9%	13.983.917	9,7%	12.886.170	8,8%	12.790.240	8,7%
Outras	7.406.135	4,8%	262.056	0,2%	6.557	0,0%	120.611	0,1%

_{1 Dados auditados para as unidades do Brasil. Consulte a carta de asseguração no link: XX}

Risco Hídrico

As avaliações de risco hídrico também são um insumo importante em nossa estratégia, permitindo identificar e priorizar os projetos relevantes para cada bacia hidrográfica e reduzir o impacto hídrico global da Companhia. A partir de 2023, nosso objetivo é ampliar o alcance e a frequência das avaliações em nossas operações globais para melhor identificar áreas com alto, médio e baixo risco hídrico, incluindo quantidade (estresse hídrico de linha de base, variabilidade interanual, variabilidade sazonal, ocorrência de inundação, gravidade da seca, armazenamento afluente e armazenamento de água subterrânea), qualidade (vazão de retorno e terra protegida a montante) e risco regulatório e de reputação (cobertura midiática, acesso à água e anfíbios ameaçados).

Cases:

Em 2022, a JBS Austrália concentrou esforços na melhoria da eficiência no consumo de água. A empresa entendeu que, como primeiro passo para reduzir o consumo, era preciso aprimorar a coleta, cálculo e relato de dados de consumo, a fim de compreender melhor as áreas de melhoria em que é possível gerar maior impacto. Foram investidos mais de A$ 2 milhões em diversos projetos de medição e inovação em gestão hídrica, incluindo novos hidrômetros nas nove unidades de processamento de carne vermelha, em sete pontos críticos de consumo. Com os dados coletados desses medidores, a JBS Australia poderá avaliar seu desempenho e desenvolver um processo estruturado de implementação de iniciativas para redução do consumo.

A empresa também priorizou testes de redução da pressão da água em 2022 em várias unidades, incluindo Dinmore, QLD, Brooklyn, VIC e Rockhampton, QLD. Além disso, foram instalados sensores de água em Rockhampton, gerando uma redução de aproximadamente 50.000 litros por dia. Com o sucesso da iniciativa, ela será replicada em outras unidades, gerando uma economia significativa de água. Juntas, essas iniciativas criaram as bases para reduções no consumo de água no quarto trimestre de 2022, e que continuaram em 2023. A JBS Australia, que atribui o sucesso do programa ao empenho de seus colaboradores, continuará a promover iniciativas educacionais sobre o uso responsável da água, incentivando mudanças de hábitos em toda a organização.

No Brasil, nossas operações têm ampliado o reaproveitamento de água em diversas atividades, como resfriamento de equipamentos, irrigação de áreas verdes, limpeza de pátios e lavagem de veículos. Em 2022, nossas operações no Brasil reutilizaram 2,62 milhões de metros cúbicos de água, representando um aumento de 54% na comparação com o ano anterior.

Ao longo do ano, a JBS Couros realizou pesquisas e publicou estudos sobre estratégias de redução do consumo de água. A Seara, por sua vez, criou um comitê interno para avaliar e orientar as práticas de gestão hídrica em suas operações.

Em unidades da JBS em vários países, estão sendo realizados projetos de cobertura das lagoas anaeróbicas e conversões para sistemas de lodo ativado, sempre que viável. Nos Estados Unidos e na Austrália, oito lagoas tiveram aprovação de projetos de capital, e outras no Brasil foram cobertas ou transformadas em sistemas de lodo ativado, gerando uma redução de quase 100% nas emissões anaeróbicas nessas unidades.

A Seara, por exemplo, investiu mais de R$ 120 milhões na modernização de seus processos de tratamento de efluentes, implementando sistemas de lodo ativado em sete unidades de produção. Esse método permite gerar composto orgânico a partir do lodo ativado, em consonância com os princípios de economia circular da empresa.

Em nove unidades da Friboi, estão sendo investidos R$ 54 milhões na instalação de biodigestores para reduzir as emissões de metano das operações industriais, em linha com o compromisso da JBS em se tornar Net Zero até 2040.

Biodigestores são sistemas de tratamento anaeróbico de efluentes que decompõem a matéria orgânica presente nos efluentes, gerando biogás como subproduto. Esse biogás é rico em metano e pode ser aproveitado em diversas aplicações de energia renovável. Pode ser empregado, por exemplo, para produzir vapor em caldeiras, substituir biomassa, gerar energia elétrica ou alimentar a frota de transporte da JBS, seja substituindo o diesel ou em sistemas híbridos. Os biodigestores têm o potencial de reduzir em 65% as emissões de escopo 1 da Friboi, resultando em uma diminuição de 24,6% nas emissões de escopo 1 em todas as atividades do grupo JBS no Brasil.

Nos Estados Unidos, continuamos a investir em melhorias comportamentais e projetos de capital para reduzir o consumo de água em nossas operações. Exemplo disso é a nossa unidade de processamento de carne bovina em Grand Island, Nebraska, que teve um investimento de US$ 570 mil aprovado em 2022 para a fase inicial de um grande projeto de reaproveitamento de água.

Desde o início do projeto, o consumo de água da unidade diminuiu mais de 5%. Com o bom resultado, a equipe de Grand Island já se prepara para implementar a segunda fase do projeto no futuro próximo, com a expectativa de gerar uma redução adicional de 5%.