Gestão de Água e Efluentes

(GRI 3-3; 303-1; 303-2; SASB FB-MP-140a.2)

A gestão de água é crucial para a resiliência das nossas operações globais e das comunidades onde atuamos. A água é um insumo crítico na produção de alimentos seguros e de alta qualidade. A redução de disponibilidade de água potável e acessível ameaça a segurança alimentar em todo o mundo. De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO) das Nações Unidas, a agricultura representa 70% da captação de água mundial e, como uma das maiores empresas globais de alimentos, reconhecemos que temos um papel fundamental em contribuir para a proteção e o uso responsável desse recurso.

Em 2023, investimos US$ 27 milhões em eficiência operacional relacionada à água.

 
 

Consumo de Água

Em nossas operações, assumimos nossa responsabilidade de diminuir o uso de água monitorando a captação e o seu uso, priorizando as reduções em todas as unidades, ao mesmo tempo em que mantemos altos padrões de segurança dos alimentos e condições sanitárias. Nossa Política Global de Uso da Água orienta nossos negócios, incentivando o desenvolvimento de estratégias e projetos que minimizem a necessidade de novas captações de água.

Cada unidade define metas e objetivos de uso de água para incentivar a responsabilidade e a transparência, além de dedicar recursos financeiros para garantir a conformidade com as políticas e compromissos específicos do negócio. Também trabalhamos de forma integrada com nossas equipes de meio ambiente, engenharia, operações, qualidade e segurança de alimentos ao realizar projetos e implementar estratégias de conservação, para garantir que não interfiram na qualidade da água dos protocolos de segurança dos alimentos estabelecido.

Os principais indicadores que medimos relacionados ao uso de água incluem a captação total de água por fonte, o total de água reutilizada e a intensidade total do uso de água (uso de água por unidade de produção) para identificar consistentemente oportunidades de melhorias, independentemente de mudanças na produção.

Infelizmente, aumentamos nosso uso de água em 4% de 2019 a 2023. No entanto, continuaremos focados na temática em 2024 e manteremos o nosso comprometimento em reduzir o uso desse recurso essencial, ao mesmo tempo em que mantemos nossos altos padrões de segurança dos alimentos e sanitárias.

Captação de Água por Fonte (m³)

(GRI 303-3; 303-5)
2019 2020 2021 2022 2023*
Água de Superfície 45.228.057 26,30% 44.748.043 26,15% 45.997.592 25,44% 72.053.277 42,08% 106.366.267 42,22%
Água de Superfície 57.677.295 33,50% 56.957.299 33,28% 60.148.519 33,27% 63.577.839 26,35% 70.121.232 27,83%
Água de Terceiros (rede pública) 68.940.053 40,09% 69.323.367 40,51% 74.643.945 41,29% 76.188.320 31,57% 75.454.473 29,95%
Outro 115.805 0,07% 113.939 0,07% 0 0,00% 0 0,00% 0 0,00%

Gestão de Efluentes

Monitoramos o tratamento de todos os efluentes gerados em nossas operações de acordo com os padrões físico-químicos determinados pela legislação. Todas as unidades de processamento conta com um programa de tratamento de efluentes adaptado às exigências de sua licença para descarte.

Dependendo da operação, as águas residuais são totalmente tratadas em nossas instalações ou pré-tratadas no local e depois completamente analisadas no sistema municipal.

Descarte de água por destinação (m³)

(GRI 303-4)

2019 2020 2021 2022
Água de Superfície 80.931.603 52,6% 80.361.473 55,5% 83.400.523 56,8% 84.792.888 57,4%
Terceiros (rede pública) 47.130.042 30,7% 50.134.143 34,6% 50.447.505 34,4% 50.003.582 33,9%
Aplicação Terrestre 18.349.248 11,9% 13.983.917 9,7% 12.886.170 8,8% 12.790.240 8,7%
Outro 7.406.135 4,8% 262.056 0,2% 6.557 0,0% 120.611 0,1%
1 Dados auditados para as unidades do Brasil. Consulte a carta de asseguração no link: XX

Consumo de Água 1(m³)

(GRI 303-5)
2019 2020 2021 2022 2023
Consumo de Água 18.144.182 26.401.059 34.049.301 45.964.890 46.992.919

Impacto na Água

A realização de avaliações de risco hídrico também é um elemento crítico da nossa estratégia e nos permite identificar e priorizar projetos relacionados a utilização de recursos hídricos e que são relevantes localmente para cada bacia hidrográfica, reduzindo o impacto da companhia . Realizamos avaliações de nossas operações com base no Aqueduto do World Resources Institute (WRI) e no Filtro de Risco Hídrico do World Wildlife Fund (WWF). Esse processo nos permite identificar áreas com alta, média e baixa exposição aos riscos relacionados à água, incluindo quantidade (estresse hídrico, variabilidade interanual, variabilidade sazonal, ocorrência de inundações, severidade de secas, armazenamento a montante e de água subterrânea), qualidade (taxa de fluxo de retorno e terra protegida a montante) e risco regulatório e de reputação (cobertura da mídia, acesso à água e anfíbios ameaçados).

Em 2023, investimos US$ 16,9 milhões na compra de água devido ao estresse hídrico.

Porcentagem de Unidades Operacionais Localizadas em Áreas de Estresse Hídrico em 2023

(GRI 303-3)
Baixo Baixo a Médio Médio a Alto Alto Extremamente Alto
Austrália 34% 0% 12% 29% 24%
Brasil 86% 3% 8% 3% 0%
Canadá 0% 50% 0% 50% 0%
Europa 21% 75% 1% 3% 1%
México 14% 11% 3% 5% 68%
Estados Unidos 53% 8% 19% 6% 13%

Estudos de Caso:

A cada ano, vários projetos de investimento e melhorias processuais são implementados para reduzir e/ou reutilizar água nas instalações da JBS.
Nos Estados Unidos, por exemplo, nossa unidade de processamento de frango da Pilgrim's em Sumter, Carolina do Sul, nos EUA, reduziu o consumo de água em mais de 10% de 2022 a 2023. O principal projeto de redução em Sumter focou na reutilização de efluentes parcialmente tratados em áreas não alimentícias dentro da unidade operacional. Alternativamente, nossa unidade de Cold Spring, Minnesota, reduziu o uso de água em quase 5%, principalmente devido a melhorias processuais aplicadas durante o processo de tratamento. A medição aprimorada e o rastreamento de dados levaram nossa unidade de Broadway, Virgínia, a melhorar os seus reportes de oportunidades de redução, levando a uma redução considerável em seu uso de água. Um dos maiores projetos de impacto de redução de água foi implantado em nossa unidade de Mayfield, Kentucky. Em 2023, a instalação atualizou seu escaldador de vaso aberto (uma bacia de água morna usada na unidade de produção) para um vaso fechado. Essa ação de redução de uso de água, em complemento com outros projetos, resultaram em uma redução de quase 1 galão de água (3,8 litros) por ave, devido às tecnologias. No entanto, também foram obtidos benefícios colaterais significativos, como redução da perda de calor radiante na área imediata, melhoria das condições de trabalho para os colaboradores, redução do uso de combustível fóssil que seria necessário para manter a temperatura da água e mitigação das emissões de GEE resultantes.
O primeiro passo para reduzir o consumo envolve coletar e relatar com precisão dados de uso da água em tempo real para entender melhor onde os maiores impactos de redução da água podem ser feitos em nossos negócios.
Em 2022 e 2023, a JBS Austrália investiu mais de AUS$ 4 milhões em projetos relacionados à água, incluindo a instalação de novos hidrômetros em todas as suas nove unidades de processamento de carne vermelha, em sete pontos diferentes de produção. Usando dados obtidos desses hidrômetros, a JBS Austrália ganhou a capacidade de comparar e revisar seu desempenho e criar um processo estruturado para implementar iniciativas para reduzir o consumo de água. O negócio também priorizou testes de redução de pressão de água em várias instalações, incluindo Dinmore (QLD), Brooklyn (VIC) e Rockhampton (QLD). Além disso, sensores de água foram instalados primeiro em Rockhampton, levando a uma redução de ~50kL/dia e depois implementados em outros locais da JBS Austrália.
No Brasil, nossos negócios expandiram suas capacidades de reutilização de água em resfriamento de equipamentos, irrigação de paisagismo, limpeza de pátios, lavagem de veículos e outras atividades. Em 2023, as operações da JBS Brasil reutilizaram 2,64 milhões de m3 de água, 0,74% a mais que no ano anterior.
Em 2023, a Seara também investiu em um sistema de pós-tratamento de efluentes com uma combinação avançada de osmose reversa e ultrafiltração para converter águas residuais em água reutilizável. Implementado em três unidades operacionais, o projeto resultou na produção de mais de 155.000 m3 de água. Além disso, a Seara criou um comitê interno para avaliar e orientar práticas relacionadas à água em suas operações ao longo do ano.