Gestão do Uso de Terra

(GRI 2-23)

Combate ao Desmatamento Relacionado à Agricultura

O Brasil tem a maior área geográfica sob proteção ambiental do mundo, o que o torna um líder global em ações de conservação. O Código Florestal Brasileiro é uma lei histórica que exige que todas as propriedades rurais mantenham áreas de cobertura de vegetação nativa, conhecidas como Reservas Legais, para verificar o uso econômico sustentável dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, promover a conservação da biodiversidade. Apesar dessas proteções, o desmatamento no Brasil ocorre de forma ilegal, majoritariamente, o que representa desafios significativos à sustentabilidade ambiental.

Reconhecendo isso, a Política de Compra Responsável de Gado da JBS proíbe todo desmatamento ilegal nos demais biomas. Esta política rigorosa reflete nossa dedicação em preservar os ecossistemas únicos do Brasil e apoiar a saúde a longo prazo de suas paisagens agrícolas. Estamos implementando uma estratégia abrangente apoiada por investimentos significativos em todos os biomas brasileiros, principalmente a Amazônia e o Cerrado. Nossa abordagem combina padrões rigorosos, sistemas avançados de monitoramento e suporte ao produtor para manter a conformidade e, ao mesmo tempo, promover oportunidades econômicas para produtores e comunidades. Abaixo, descrevemos a estratégia e os investimentos da JBS que impulsionam o progresso rumo à eliminação do desmatamento em nossa cadeia de fornecimento de gado no Brasil.

Nosso Plano de Ação para Floresta Positiva

(GRI 2-23)

Por meio do nosso Plano de Ação para as Florestas, pretendemos combater as causas do desmatamento, ao mesmo tempo em que equilibramos o crescimento agrícola com a administração ambiental. Este plano serve como uma estrutura para o desenvolvimento de um sistema alimentar resiliente que beneficie agricultores, comunidades e o planeta.

Para avançar em práticas florestais positivas, a JBS estabeleceu as seguintes ambições:

  1. Entregar desmatamento ilegal zero em todos os biomas brasileiros até o final de 2025 para fornecedores diretos1 e indiretos2 (Tier 1).
  2. Avançar o plano de implementação do “Roadmap 1,5°C” alinhado à Tropical Forest Alliance para o Setor Pecuário nos biomas Amazônia e Cerrado.
  3. Amazônia: data-alvo de 2023 para desmatamento zero para fornecedores diretos e 2025 para fornecedores indiretos (legais e ilegais, PRODES 2008).
    Cerrado e outros biomas: data-alvo de 2025 para desmatamento ilegal zero (PRODES 2020) para fornecedores diretos e indiretos. (Nota: A JBS Friboi alcançou essa meta para seus fornecedores diretos de gado em 2023 e continua a abordar os riscos de desmatamento em sua rede de fornecedores diretos e indiretos de gado de nível 1.)
1. Fornecedores diretos de gado = Fornecimento direto para a JBS.
2. Fornecedores indiretos de gado nível 1 = Fornecimento para fornecedores diretos de gado da JBS.


Mobilização da Cadeia de Valor em Direção ao Desmatamento Zero

A JBS emprega uma estratégia abrangente de cinco eixos para eliminar riscos de desmatamento e promover práticas sustentáveis em toda a sua cadeia de suprimentos:

1. Política de Originação com Tolerância Zero ao Desmatamento 

Nossa Política de Aquisição Responsável de Matéria-Prima proíbe compras de fazendas envolvidas em desmatamento, trabalho escravo ou violações de territórios indígenas. No bioma Amazônia, os fornecedores devem aderir ao Protocolo Boi na Linha. Para outros biomas, aplicamos os critérios do Protocolo Voluntário do Cerrado. Ambos os protocolos estabelecem padrões rigorosos de monitoramento, auditoria e relatórios para uma cadeia de fornecimento de carne bovina livre de desmatamento.

Em 2024, a Seara lançou sua Política de Originação Sustentável de Grãos e Óleos, seguindo os mesmos critérios de desmatamento da política de fornecimento de gado.

Reconhecemos a complexidade de lidar com o desmatamento em vastas cadeias de suprimentos e nos esforçamos para fortalecer os mecanismos de fiscalização para manter a conformidade. Dessa forma, continuamos a ajustar nossas políticas e ferramentas para abordar de forma eficaz os riscos de desmatamento ilegal.

2. Monitoramento e fiscalização da cadeia de suprimentos 

JBS implementou um sistema avançado de monitoramento de fornecedores de gado que utiliza bancos de dados públicos e governamentais, imagens de satélite e dados georreferenciados para monitorar mais de 61 milhões de hectares de fazendas fornecedoras. Fornecedores diretos que não estejam em conformidade com os critérios de nossas políticas são bloqueados automaticamente em nosso sistema, impedindo qualquer transação comercial até que o problema seja resolvido. Esse mecanismo de fiscalização ajuda a garantir que apenas fornecedores alinhados aos nossos padrões permaneçam em nossa cadeia de suprimentos. A verificação da conformidade dos fornecedores diretos de gado com os padrões socioambientais é fundamental para garantir a integridade das cadeias de suprimentos.

O sistema de monitoramento é baseado em dados do PRODES (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite), desenvolvido pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). De acordo com a definição do PRODES, desmatamento é a conversão ou supressão da cobertura vegetal primária devido a atividades antrópicas e abrange todo o território brasileiro.

As leis de privacidade podem limitar o acesso a transações a montante com fornecedores indiretos de gado, por isso nossa Plataforma Pecuária Transparente usa tecnologia blockchain para estender o monitoramento a fornecedores indiretos e produtores com os quais a empresa não tem um relacionamento comercial direto, mas que são uma parte essencial da cadeia de suprimentos.

Em 2024, mais de 85% do gado processado pela JBS estava cadastrado na plataforma. A partir de 2026, todos os fornecedores diretos que desejarem fazer negócios com a JBS deverão estar na plataforma. Para 2025, estamos trabalhando para atingir uma meta interna de registrar 100% dos fornecedores diretos na Plataforma Pecuária Transparente.

A Declaração de Origem do Gado é emitida diretamente pela Plataforma Pecuária Transparente para conformidade em todas as fazendas conhecidas onde os animais foram criados antes do processamento. Essas propriedades são submetidas à análise socioambiental seguindo os critérios dos protocolos setoriais selecionados pelo produtor direto, e o documento só é validado se todos estiverem em conformidade.

Este processo faz parte do nosso esforço para atender às exigências do Regulamento de Desmatamento da União Europeia, adotando um protocolo socioambiental alinhado à legislação europeia, em substituição ao protocolo interno atualmente utilizado pela JBS.

Cases


Em 2024, a JBS lançou o Cowbot para aprimorar o monitoramento socioambiental na cadeia de suprimentos de gado e o Agrobot para a cadeia de suprimentos de grãos.
Disponível gratuitamente via WhatsApp, ele permite que produtores — sejam ou não fornecedores da JBS — verifiquem a regularidade socioambiental das propriedades rurais antes de fechar negócios. Por meio de um chat interativo, o Cowbot e o Agrobot fornecem os mesmos dados utilizados pelo sistema de monitoramento da JBS. Os usuários compartilham facilmente a geolocalização do imóvel ou o número do CAR (Cadastro Ambiental Rural). Em 2024, 17.377 análises foram geradas no Cowbot e 335 análises foram geradas no Agrobot..
A JBS e seus parceiros anunciaram a doação de 3 milhões de identificadores de gado para rastreabilidade do rebanho no Pará. Um milhão de identificadores serão doados pela The Nature Conservancy (TNC) e os 2 milhões restantes pela JBS. Dos 3 milhões de identificadores, 2 milhões serão destinados a pequenos produtores do estado, cobrindo metade da demanda estimada para esse grupo em 2025.
Além disso, a JBS lançou o programa “ Acelerador” para apoiar a adoção de identificadores por seus fornecedores indiretos. Isso inclui a doação de 1 milhão de identificadores adicionais e todos os serviços necessários até 2025. A JBS e parceiros identificarão e visitarão as fazendas para realizar a identificação com operadores de rastreabilidade treinados e credenciados pelo programa estadual do Pará. Essas duas iniciativas visam ampliar um programa pioneiro liderado pelo governo estadual que pode transformar a pecuária no Brasil.

3. Assistência técnica e serviços de extensão para produtores 

Políticas de fornecimento e sistemas de conformidade bloqueiam efetivamente fornecedores incompatíveis da cadeia de suprimentos da JBS, mas fornecer incentivos econômicos é essencial para desencorajar ainda mais o desmatamento e promover práticas sustentáveis. Por meio de iniciativas como o Escritórios Verdes, a JBS fornece suporte técnico gratuito para ajudar os produtores a adotar práticas sustentáveis e aumentar a produtividade. Desde 2021, os Escritórios Verdes auxiliaram mais de 15.000 fazendas a voltarem a estar em conformidade com as leis ambientais brasileiras, facilitando o reflorestamento de mais de 6.480 hectares somente em 2024. Com base nesse sucesso, o Escritórios Verdes 2.0 agora oferece ferramentas para implementar técnicas de agronomia, aumentando a lucratividade para pequenos produtores. Em 2024, o serviço foi expandido para dar suporte aos fornecedores de grãos. Além disso, o Programa Fazenda Nota 10 fornece serviços de planejamento agronômico e empresarial para intensificar a produção de forma sustentável, reduzindo os incentivos ao desmatamento ilegal.

4. Engajamento e colaboração de múltiplos stakeholders 

A JBS tem conhecimento em primeira mão das cadeias de suprimentos vulneráveis aos riscos de desmatamento por meio de sua forte presença no Brasil e do engajamento diário com os produtores. A JBS participa ativamente de fóruns globais, como a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP) das Nações Unidas, o Fórum Econômico Mundial e o Roteiro do Setor Agrícola para 1,5°C, apoiado pela Tropical Forest Alliance, para desenvolver soluções que combatam as causas básicas do desmatamento, incluindo aquelas ligadas à produção de carne bovina.

5. Promoção do desenvolvimento sustentável 

O Fundo JBS pela Amazônia apoia projetos que promovam a recuperação de áreas degradadas, a adoção de práticas agrícolas e pecuárias sustentáveis, o desenvolvimento socioeconômico inclusivo e a inovação na região amazônica. Até junho de 2025, o Fundo apoiou 20 projetos, alocou R$ 71,4 milhões, beneficiou aproximadamente 7.800 famílias e contribuiu para o uso sustentável e a conservação de mais de 991 mil hectares de terra. Essas ações reforçam o compromisso da JBS em promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida das populações rurais e dependentes da floresta na Região Amazônica.

Programa Escritórios Verdes no Brasil

(GRI 101-1, GRI 101-2, GRI 101-3)

O programa Escritórios Verdes, operado principalmente pela Friboi e pela Seara, tem como foco a regularização ambiental de fazendas que não atendem aos critérios socioambientais previstos no Protocolo Boi na Linha 2.0, na Política de Compra Responsável de Gado e na Política de Compra Sustentável de Grãos e Óleo. Oferecido gratuitamente, o programa serve como uma ferramenta fundamental para promover a sustentabilidade em toda a cadeia de suprimentos. Com o objetivo de auxiliar produtores de todo o Brasil, a JBS inaugurou 20 Escritórios Verdes em unidades de processamento nas principais regiões produtoras de gado. O programa opera por meio de três esferas principais:

 
 

Ambiental
Nossos Escritórios Verdes oferecem serviços gratuitos de consultoria jurídica e ambiental para dar suporte aos fornecedores de gado no processo de conformidade ambiental e reintegração comercial de propriedades rurais. Os escritórios estão preparados para dar suporte a quem busca o cumprimento das seguintes regulamentações: registro, retificação e ativação do CAR, requalificação ambiental por meio da regeneração de áreas desmatadas via do Desmatamento da Floresta Amazônica por Satélite), reintegração comercial por meio de programas estaduais (PREM e SIRFLOR); laudos de regeneração e apoio ao licenciamento ambiental estadual. Nosso foco são os passivos ambientais, como o desmatamento, em todos os biomas brasileiros.

Além do atendimento presencial disponível nas 20 unidades da JBS, os produtores também podem receber suporte por e-mail, telefone ou WhatsApp. O Escritório Verde Virtual é responsável por lidar com as consultas iniciais, filtrar e categorizar solicitações para resolver os problemas dos produtores ou encaminhá-los ao Escritório Verde presencial mais próximo. O canal de atendimento tem como objetivo ampliar o acesso de novos produtores que buscam regularizar a situação ambiental de suas propriedades.
Assistência Técnica
O braço de Assistência Técnica dos Escritórios Verdes oferece suporte em áreas como análise de solo, recomendações de corretivos e fertilização, manejo de pastagens, produção de silagem, nutrição animal e bem-estar animal para pequenos produtores, sem nenhum custo. Os principais objetivos dessa esfera são aumentar a produtividade, a lucratividade e melhorar a qualidade de vida dos produtores, incentivando práticas de produção sustentáveis. O programa também ajuda os produtores a melhorar a disponibilidade e a qualidade da água por meio de ações de proteção e recuperação de nascentes. Em parceria com a Biopower, a Assistência Técnica também apoia o programa Selo Biocombustível Social, criado e promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.
  • Fazendas atendidas: 852
  • Área total com Assistência Técnica (hectares): 60.387
  • Tamanho médio das fazendas (hectares): 72
  • Visitas técnicas realizadas: 4.330
Assistência Gerencial
A Assistência Gerencial dos Escritórios Verdes é realizada por meio do Programa Fazenda Nota 10, desenvolvido em parceria da JBS com o Instituto Inttegra. O Eixo de Gestão fornece aos produtores participantes parâmetros produtivos e financeiros que, por meio de comparações, permitem a evolução de suas operações agrícolas. Com foco em educação, tecnologia e orientação especializada, o programa busca impactar positivamente a produtividade e a lucratividade, ao mesmo tempo em que promove práticas ambientalmente corretas. O programa também visa aumentar o valor das terras e do rebanho das fazendas participantes, orientando os produtores de acordo com três pilares principais: pessoas, gestão e produção.
 
 

Cases


Lançado em outubro de 2023 pelo Fundo JBS pela Amazônia, o programa JUNTOS: Pessoas + Florestas + Pecuária apoia produtores de bezerros e novilhos na transição para a pecuária de baixo carbono na Amazônia.
A iniciativa visa aumentar a renda dos pequenos produtores de gado, permitir a rastreabilidade desde a origem da cadeia de suprimentos e eliminar o desmatamento nas propriedades participantes. Um objetivo fundamental é promover a inclusão de pequenos criadores de gado em uma cadeia de valor de carne bovina rastreável e sustentável.

O programa alocou inicialmente R$ 10 milhões em recursos reembolsáveis, em parceria com a Rio Capim – uma empresa derivada da Belterra – para desenvolver um modelo pré-competitivo de produção pecuária sustentável. Por meio dessa abordagem, o programa JUNTOS busca liberar o acesso ao crédito rural e atrair investimentos públicos e privados adicionais para acelerar a transição para a pecuária sustentável. O modelo do programa também pode ser replicado e expandido por meio de novas parcerias regionais para escalar práticas pecuárias sustentáveis em toda a Amazônia.
O projeto RestaurAmazônia, coordenado pela Fundação Solidaridad e financiado pelo Fundo JBS pela Amazônia com apoio da Fundação Elanco, auxilia pequenos agricultores a adotarem sistemas agroflorestais centrados no cacau, implementarem práticas sustentáveis de pecuária e recuperarem áreas degradadas.
A assistência técnica é um componente fundamental do projeto, permitindo que os produtores melhorem a produtividade, acessem crédito e façam a transição para uma produção de baixo carbono. Ao combinar geração de renda com recuperação florestal, o projeto promove o desenvolvimento rural resiliente e sustentável dos agricultores na Amazônia.